
Esta é uma daquelas notícias boas demais, que é preciso esperar para ver. Atrasar o envelhecimento, é um sonho perseguido pela humanidade, desde que o homem tem inteligência. Com o enorme avanço da tecnologia farmacêutica e da biotecnologia, já nada parece impossível.
Metformina é o nome de um medicamento para combater a diabetes e agora poderá vir a ser também o nome para o milagre que promete parar o tempo e fazer com que homens e mulheres vivam mais e sem doenças como Alzheimer ou Parkinson. O fármaco já foi testado em animais pelos investigadores de universidades europeias e americanas, mostrando que consegue expandir o tempo de vida e desacelerar o envelhecimento. Agora, o próximo passo é ver se acontece o mesmo com os humanos. A substância química, que nos cenários mais otimistas pode aumentar o tempo de vida até aos 120 anos, vai ser testada no Inverno do próximo ano.
O recrutamento já começou. São cerca de três mil idosos americanos até aos 80 anos com risco de poder vir a ter cancro, problemas cardíacos e ou doenças mentais que melhor se encaixam no perfil de que os investigadores estão à procura. Este medicamento, quando administrado em animais, já demonstrou um aumento da longevidade e da saúde, com resultados tão impressionantes que fizeram com que a agência norte-americana dos alimentos e medicamentos concedesse permissão para ser testado em humanos. O objetivo é deixar de com- bater as doenças isoladamente, tendo em conta que muitas delas são resultado da idade avançada. E, portanto, o combate é contra o envelhecimento, e não focado nas doenças. E a principal meta é fazer com que um septuagenário seja tão saudável quanto um quinquagenário.
"Se o alvo for o processo de envelhecimento e se atrasarmos esse envelhecimento, então desaceleram-se todas as doenças e patologias da velhice também. Isso é revolucionário, nunca aconteceu antes, mas há todos os motivos para pensar que é possível. Há 20 anos, o envelhecimento biológico era um mistério. Agora, estamos a começar a aperceber-nos do que se passa", explicou ao jornal britânico "The Telegraph" Gordon Lithgow, um dos responsáveis pelo estudo. O segredo está na marca genética que permite a cada célula funcionar corretamente ao longo dos anos como se ainda fosse nova. É isso que acontece, por exemplo, com alguns seres marinhos que nunca envelhecem. E só não ocorre connosco porque, ao dividirmos as células milhões de vezes, aumentamos a probabilidade de criar e copiar erros.
O fármaco revelou ser eficaz para evitar erros que ocorrem na divisão de células ser a metformina, a droga mais comum para os doentes com diabetes tipo 2 porque aumenta a quantidade de moléculas de oxigénio existentes nas células, o que parece contrariar a deterioração que ocorre durante a divisão em novas células. Os testes que os cientistas belgas fizeram com zebras permitiram concluir que a droga, além de retardar o seu envelhecimento, tornava estes animais mais saudáveis. No ano passado, um estudo da Universidade de Cardiff (Reino Unido) constatou, por outro lado, que os diabéticos que tomavam o medicamento viviam cerca de mais oito anos (15%) do que aqueles que não o tomavam. Esta conclusão intrigou tanto os investigadores que agora querem alargar os testes à população saudável.
Gordon Lithgow acredita que o elixir da juventude pode, nas próximas décadas, vir em formato de vacina e que este medicamento até poderá vir a curar o cancro. "Se curássemos apenas o cancro, a esperança de vida cresceria só três anos, porque algo estaria por trás dessa patologia. Mas se desacelerarmos o processo de envelhecimento, podemos melhorar drasticamente a forma como as pessoas vivem".
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